Dengue: Socorro lento
O DIA visitou oito polos de atendimento a dengue e em seis havia problemas: muita fila e espera de até cinco horas
Rio - Criados pela Prefeitura do Rio para serem arma de prevenção e combate à epidemia de dengue prevista para o início deste ano, os 24 polos de atendimento a pacientes oferecem socorro lento aos doentes. O sufoco, testemunhado pelo Repórter X em seis de oito dessas unidades de saúde que percorreu, inclui demora no atendimento, que pode chegar a até cinco horas, falta de equipamentos médicos e até de assentos para quem já está com sintomas e até diagnóstico confirmado da doença.
![Dona Lucíola Nogueira mostra senha do Polo da Dengue de Campo Grande: 'Aqui estou me sentindo pior' | Foto: Repórter X](http://odia.ig.com.br/polopoly_fs/1.419245!/image/image.jpg_gen/derivatives/landscape_280/image.jpg)
Dona Lucíola Nogueira mostra senha do Polo da Dengue de Campo Grande: 'Aqui estou me sentindo pior' | Foto: Repórter X
A demora se repetiu no Centro Municipal de Saúde Milton Fontes Magarão, em Engenho de Dentro. Além da fila, o Repórter X, ficou no calor, sem água e ainda viu uma enfermeira trancar a porta da sala de atendimento para não responder as dúvidas dos doentes.
Exame de sangue na sala de espera
Na Policlínica Newton Bethlem (Pça Seca), exame de sangue é feito na sala de espera, com mais de 30 pessoas sentadas. “O equipamento está quebrado e os exames vão para outro bairro. Estou há 4 horas com dor e não fui medicada”, contou Zeri Pacheco, 50.
O DIA
Sete doentes por hora
A cada hora, sete cariocas são contaminados por dengue no município. Por dia, são pelo menos 172 pessoas com a doença . Foi o que apontou novo relatório sobre o vírus divulgado ontem pela Secretaria Municipal de Saúde.
No total, são 11.913 casos desde o início do ano — mais de dois mil a mais do que na semana passada, quando 9.640 foram registrados. O índice supera o do ano passado, 11.004. Os casos registrados na capital correspondem a 63,4% dos episódios do estado: 18.779, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. Até agora, uma morte foi confirmada — a de Raphael Wenderson, 9 anos, morador de Guaratiba.
De acordo com a Prefeitura do Rio, a maior parte dos vírus em circulação na capital são do tipo 4 — 68,5%. Em segundo lugar, vem o tipo 1, com 30,4%. O tipo 4 também está nos municípios de Belford Roxo, Mesquita, Nilópolis, Niterói e Nova Iguaçu.
A região do Rio que registra o maior número de casos é Madureira e adjacências, com 2.944 pessoas doentes desde janeiro, seguida por Campo Grande (2.088) e Bangu / Realengo (1.903).
“Para evitar mortes, é preciso que os municípios capacitem profissionais no manejo clínico da dengue. É preciso seguir o protocolo de atendimento à doença criado pelo Ministério da Saúde. Isso reduz a chance de erros de diagnóstico, por exemplo, o que pode agravar os casos”, diz o superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Marcio Garcia.
Sábado, a Prefeitura vai promover ações de orientação sobre dengue no entorno do Engenhão e no Morro da Coroa. Também serão oferecidas gratuitamente ações de promoção à saúde, como aferição de pressão arterial.
Até sábado, carros-fumacê, que combatem o mosquito adulto, vão circular no Catumbi, Olaria, Copacabana, Tijuca, Irajá, Taquara, Bangu, Madureira, Guaratiba e outros.
Até sábado, carros-fumacê, que combatem o mosquito adulto, vão circular no Catumbi, Olaria, Copacabana, Tijuca, Irajá, Taquara, Bangu, Madureira, Guaratiba e outros.
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