PT já discute entregar os cargos no governo Cabral
Lindbergh madruga em Japeri na Caravana da Cidadania para “ouvir problemas” do estado
POR ROZANE MONTEIRO
Senador foi ao canteiro do Arco Metropolitano |Foto: Alexandre Vieira / Agência O Dia
Sei. O passeio começou ontem às 3h25. O senador acordou na casa de um petista de Japeri, Celso Curty, 65 anos, 30 de PT, e foi para a porta de Manoel Messias Silva, 46, no bairro Belo Horizonte. Bombeiro hidráulico de uma obra em Laranjeiras, Messias leva quase nove horas no trajeto casa-trabalho-casa. Lindbergh custou a acreditar e decidiu fazer ontem, com o conterrâneo, parte do trecho.
Lindbergh, 42 , e Messias partiram a pé às 4h15 e chegaram às 4h50 à Estação de Engenheiro Pedreira — ônibus só começam a circular depois das 5h. Lá, o paraibano mais velho pegou o trem para a Central e um segurança resmungou para o mais novo: “Vir aqui na estação é mole. Embarca no trem aí, pô.” Ficou para a próxima.
O sapato da jornalista e o jeans do senador
Quando me preparava para cobrir o início da Caravana da Cidadania em Japeri, fiz quase tudo certo. Peguei a capa de chuva e uma mochila para ficar mais ágil ao acompanhar o jovem senador. Só esqueci duas coisas: de botar um sapato adequado para as ruas cobertas de lama que os moradores da região enfrentam sempre que chove e que tenho 46 anos, 75kg e 1,59m.
Lindbergh — saudado aos berros de ‘Lindinho’ pela mulherada um monte de vezes, claro —, do alto de seu 1,86m, foi dando pernada nas poças e deixou muito assessor e jornalista no chinelo. Mais magro “quatro ou cinco quilos”, segundo ele, agora com 92kg, admitiu que não poder encontrar a presidenta, Cabral e Pezão ontem foi “até bom, para evitar algum tipo de constrangimento”. E bateu no peito: “Quais as chances de Lula pedir para eu tirar minha candidatura? Zero.”
Na van que o conduzia entre um bairro e outro, falou muito ao celular, fazendo ajustes na equipe e dando bronca em quem mereceu. Nas escolas que visitou, foi chamado de “governador”, e quase nenhum adolescente sabia o que significava “cara-pintada”.
Quando cismou de visitar o canteiro do Arco Metropolitano, Lindbergh foi recebido educadamente por um engenheiro. Surpreso com a presença do senador, o coitado não teve tempo nem de pensar em impedir o adversário de Pezão de visitar uma de suas obras mais queridas.
No almoço, fez PF de respeito, comeu e suspirou: “Agora é que bate o cansaço.” Mas continuou na Caravana até as 19h30 e hoje passa o dia de novo em Japeri. Próxima parada: Nororeste Fluminense nos dias 21, 22 e 23.
P.S.: Bora comprar um jeans novo, senador. O de ontem estava uns dois números acima do seu peso atual.
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