PF participa de investigação de
explosão em sede da OAB no Rio
Esquadrão Antibombas deixou o local com saco com objetos para análise.
Explosão levou prédio a ser esvaziado; 'Foi provocação', diz ex-presidente.
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A Polícia Federal vai ajudar na investigação da explosão no edifício da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na Avenida Marechal Câmara, 150, no Centro do Rio, que levou o prédio a ser esvaziado na tarde desta quinta-feira (7). De acordo com a assessoria da OAB, pela entidade ser nacional, a PF vai participar da apuração, ao lado do Esquadrão Antibombas da Polícia Civil. A explosão não causou danos ao prédio e ninguém ficou ferido, segundo o Corpo de Bombeiros.
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O Esquadrão Antibombas deixou o local no fim da tarde com um saco com mais objetos para serem analisados. A Polícia Civil, no entanto, não confirma a existência de mais artefatos explosivos.
O ex-presidente da OAB Wadih Damous contou ao G1 que um explosivo conhecido como "cabeção-de-nego", de pequenas proporções, deu origem ao estrondo. Disse ainda que o Disque Denúncia recebeu uma ligação pela manhã de um homem, que seria militar da reserva, informando que Wadih seria assassinado nesta quinta-feira no prédio do órgão. Um papel com a denúncia teria sido entregue a ele por um policial.
Procurado pela reportagem, o Disque Denúncia informou que procurou no sistema o registro das denúncias citadas, mas não encontrou ligações correspondentes.
“As bombas seriam para atingir a mim, segundo a denúncia”, disse Wadih Dhamous. “Foi uma provocação”, definiu o ex-presidente, que acredita que o caso tenha relação com a instalação da Comissão Estadual da Verdade, que ele presidirá a partir de segunda-feira (11) e que, a exemplo da Comissão da Verdade do Governo Federal, será criada, com sete integrantes, sob a justificativa de investigar crimes de Estado cometido durante a última ditadura militar.
Em nota, a OAB confirmou que, às 15h50, um artefato foi lançado das escadas entre o 8º e 9º andares do prédio e que não houve danos ao prédio ou ferimentos a funcionários. "Em seguida, o presidente da seccional fluminense, Felipe Santa Cruz, recebeu um telefonema do comando o Corpo de Bombeiros avisando que havia recebido uma denúncia sobre a existência de três bombas que teriam sido 'plantadas' na sede", diz o texto enviado pela assessoria de imprensa.
Por orientação dos bombeiros, segundo a OAB, Santa Cruz recomendou que funcionários abandonassem o prédio à espera do Esquadrão Antibombas da Polícia Civil. "A OAB/RJ aguarda a análise técnica do artefato e a investigação para se pronunciar", completa a nota.
Também em nota, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República manifestou repúdio ao atentado cometido nesta quinta-feira (7).
Também em nota, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República manifestou repúdio ao atentado cometido nesta quinta-feira (7).
“Coincidência ou não, esse ato ocorreu no mesmo prédio onde, em 1980, um atentado que visava ao então presidente da ordem, Eduardo Seabra Fagundes, matou uma funcionária, Lyda Monteiro. Mas, se eles acham que vão nos intimidar, estão muito enganados; vamos começar justamente por esse caso”, declarou Dahmous.
Relembre o caso
Em agosto de 1980, visada pela insurgência contra o regime militar, a OAB se tornou alvo de setores contrários à abertura política. Um envelope-bomba enviado ao então presidente da entidade, Eduardo Seabra Fagundes, matou a secretária Lyda Monteiro da Silva. O enterro foi transformado em ato político.
A funcionária Lyda Monteiro da Silva tinha 59 anos. Seis mil pessoas acompanharam o cortejo durante mais de três horas em oito quilômetros de caminhada entre a sede da OAB, no Centro, e o cemitério, em Botafogo, na Zona Sul do Rio.
Até hoje o atentado não está completamente esclarecido. Os conselheiros da OAB atribuem o envio da carta-bomba a grupos extremistas de dentro do próprio governo militar, insatisfeitos com o início da abertura do regime à democracia que começava a ocorrer naquela época. O atentado que matou a secretária da OAB foi um dos três que ocorreram naquele dia no Rio.
Relembre o caso
Em agosto de 1980, visada pela insurgência contra o regime militar, a OAB se tornou alvo de setores contrários à abertura política. Um envelope-bomba enviado ao então presidente da entidade, Eduardo Seabra Fagundes, matou a secretária Lyda Monteiro da Silva. O enterro foi transformado em ato político.
A funcionária Lyda Monteiro da Silva tinha 59 anos. Seis mil pessoas acompanharam o cortejo durante mais de três horas em oito quilômetros de caminhada entre a sede da OAB, no Centro, e o cemitério, em Botafogo, na Zona Sul do Rio.
Até hoje o atentado não está completamente esclarecido. Os conselheiros da OAB atribuem o envio da carta-bomba a grupos extremistas de dentro do próprio governo militar, insatisfeitos com o início da abertura do regime à democracia que começava a ocorrer naquela época. O atentado que matou a secretária da OAB foi um dos três que ocorreram naquele dia no Rio.
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