domingo, 11 de março de 2012

ENTREVISTA COM O SECRETÁRIO DA CASA CIVIL-GREVE NO RIO


GREVE NO RIO - " Se a gente não toma uma medida de força, o movimento se espalharia pelo Brasil"

SITE: JORNAL O DIA
 PARTE DA ENTREVISTA COM O 
  secretário de Estado da Casa Civil  Regis Fichtner


Sobre salários dos servidores, há previsão de reajuste para os professores?

Nove estados dos 26 pagam acima do piso salarial proposto pelo MEC, e o Rio é um deles. Claro que pode melhorar e vai. Já temos a previsão da incorporação de mais uma gratificação do Nova Escola este ano e outra parcela no ano que vem. Estamos criando um plano de metas para os professores também. O primeiro bônus está para ser pago por agora.

Como os professores, os policiais cobram aumento. A PEC 300 é possível?

Não tem como. Os 26 estados quebram com a PEC 300. Não tem dinheiro para isso.

R$ 3.500 é muito de salário para o policial?

Acho que a gente vai chegar lá, mas tem que ir devagar. Nós já recuperamos e muito o salário do policial e vamos trabalhar para recuperar mais. Mas a PEC 300 leva em conta uma realidade que não tem nada a ver com a realidade de todos os estados.
O que faltou ao governo na manifestação dos bombeiros e policiais para se evitar o desfecho? Negociação, aproximação?

Conversar a gente conversa desde 2007 e tem tido frutos excelentes. O nosso problema de salário aqui é que saíamos de uma base muito baixa. Quando a gente chegou, eles não tinham aumento há oito anos,. Aí, demora um tempo para recuperar. Em cinco anos, demos 100% de aumento.

Então, não era para os policiais estarem satisfeitos?

Não, porque ainda não chegou ao ideal. Veja: o policial do Distrito Federal tentou fazer movimento lá e ganha R$ 3.500. Fazer movimento é natural. O que não pode acontecer é ir no caminho que estava indo, não só no Rio, mas no Brasil. Aconteceu primeiro no Ceará, depois na Bahia, e estavam tentando fazer aqui. Aí, você olha e vê: vamos perder o controle. Segurança pública não é brincadeira.

Mas precisava prender os manifestantes?

Nós tínhamos que ser duros o suficiente para dar um recado. Negociamos, mas não vamos admitir politização da reivindicação, indisciplina. No momento que você tem uma estrutura militar e você perde a disciplina, com gente armada na rua, aí, você perde o estado democrático de direito. Por isso, a gente foi duro com esses líderes. O Brasil inteiro estava olhando o que seria feito no Rio. Se a gente não toma uma medida de força, o movimento se espalharia pelo Brasil.

Houve exageros em colocar policial em Bangu 1?

Foi a medida adequada para a gravidade do momento. Levando em consideração os antecedentes, foi a medida correta a ser tomada, respaldada pelo Poder Judiciário.

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