Bandidos atacam militares em morro
vizinho à visita do príncipe, diz Exército
Tropa foi atacada meia hora antes da chegada de Harry ao Alemão
Isabele Rangel / R7

General Paiva afirma que um Inquérito Policial Militar será instaurado para entender o que provocou os conflitos
Bandidos teriam aproveitado a visita do príncipe Harry ao complexo do Alemão, na zona Norte do Rio de Janeiro, para atacar militares da Força de Pacificação na favela Vila Cruzeiro, no complexo da Penha. Os dois conjuntos de favelas são vizinhos e foram ocupados pela polícia na mesma época.
De acordo com o comandante da Força de Pacificação, o general do Exército Thomas Miguel Ribeiro Paiva, a tropa foi atacada em vários pontos, em horários próximos e cerca de meia hora antes da chegada de Harry a região. Ainda segundo ele, os conflitos teriam começado depois de um acidente de moto no ponto onde era realizada uma revista de moradores em uma das entradas da Vila Cruzeiro, nas proximidades da avenida Nossa Senhora da Penha. Os envolvidos teriam culpado os militares pela batida.
Um Inquérito Policial Militar será instaurado para apurar as circunstancias da ocorrência.
Pelo menos cinco viaturas com dez militares cada teriam sido alvo de ações hostis, que iriam desde pedradas e pauladas até tiros. De acordo com o Exército, ao menos 40 disparos foram efetuados contra a tropa.
O comandante da Força de Pacificação, general Thomas Miguel Ribeiro Paiva, acredita que as ações foram orquestradas por bandidos.
- Eu acredito que as ações tenham sido orquestradas. Nós não temos histórico deste tipo de ação neste horário. Além disso, foram ações em vários lugares ao mesmo tempo.
Ainda segundo o comandante da Força de Pacificação, durante o mês de fevereiro foram registrados pelo menos 80 ações hostis contra os militares. A média é muito superior a dos outros meses quando os episódios aconteciam de 15 a 20 vezes.
O Exército acredita que as ações podem ser uma tentativa do terceiro escalão do tráfico de tentar retomar os pontos de venda de entorpecentes após a prisão do primeiro e do segundo escalões das quadrilhas que atuavam na área.
Embora os militares afirmem que não houve feridos nos confrontos, há informações não confirmadas de que uma pessoa teria sido encaminhada para o hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, após ser atingida por um disparo de bala de borracha. Há informação de presos, mas também não há confirmação oficial do número.
Apesar dos incidentes, a visita do príncipe Harry ao Complexo do Alemão ocorreu sem problemas.
No fim deste mês as tropas do Exército começam a ser substituídas por Policiais Militares. O trabalho, que vai ocorrer de forma gradual, será concluído em junho deste ano, quando deve ser inaugurada uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) na região.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, antes da instalação, os conjuntos de favelas da Penha e do alemão devem passar por varreduras, a exemplo do que ocorreu em todas as outras comunidades com UPP. As buscas por armas e drogas serão realizadas pelo Bope (Batalhão de Operações Especiais) e pelo BPChoq ( Batalhão de Choque).
O trabalho é necessário porque, apesar de as favelas já estarem ocupadas , as tropas continuam apreendendo armas e drogas. Somente no mês de fevereiro, de acordo com o Exercito, foram encontrados 6 mil papelotes de cocaína nos conjuntos de favelas.
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