Insalubridade em escolas estaduais na Zona Oeste e em todo o rio de janeiro também.
Dois mil alunos estudam em salas de aula quentes, apertadas e até sem janela. Fezes de pombos tomam conta de muros
POR PÂMELA OLIVEIRA
Em dias de chuva, água entre pelo buraco do teto e alunos se espremem de um lado da sala | Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia
Precariedade
Nas salas de aulas improvisadas — uma delas é tão quente que é chamada de ‘porão’ —, o espaço é tão apertado que os alunos fazem rodízio em dias de exame. “Meninas e meninos fazem prova em horário diferente”, conta Maiara Inácio Mendes, 16 anos, aluna do 1º ano. “No calor, a gente não pode ligar o ventilador porque a gente sente logo cheiro de queimado”, afirma.
Falta de manutenção fez com que parte do reboco de uma das salas do Colégio Irmã Dulce caísse | Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia
No Colégio Irmã Dulce, os cerca de 1.300 alunos são forçados a conviver com pombos. Os muros e paredes estão repletos de fezes das aves. “O pior é que os pombos chegam a beber a água do nosso bebedouro. A gente tem medo de pegar alguma doença”, conta o estudante Yuri Fortunato, 18 anos.
Membro da Comissão de Educação da Alerj, a deputada Clarissa Garotinho visitou as duas escolas ontem. “A estrutura é muito precária. O calor é tão forte que é difícil aprender”, afirmou, acrescentando que sua equipe já visitou cerca de 50 escolas no últimos meses. “Cobramos providências da Secretaria de Educação. Nosso objetivo é mobilizar a opinião pública para que algo seja feito”, concluiu.
Computadores e quadra de esportes não são usados
As duas escolas contam com salas de informática, mas os 27 computadores — dez do Colégio Irmã Dulce e 17 do Professora Vilma Atanázio — não são usados. No Colégio de Cosmos, os estudantes são impedidos de praticar esportes há 2 anos. De acordo com funcionários, a quadra foi interditada depois que a cobertura foi destruída por ventania.
A secretaria justificou que, por se tratar de prédios alugados, o estado não pode fazer obras. O órgão esclareceu ainda que envia para as escolas verbas para manutenção e limpeza e que vai apurar as responsabilidades sobre o motivo pelo qual isso não vem sendo feito e promete tomar providências.
Segundo a assessoria, das 1.457 unidades, 440 passaram por algum tipo de intervenção e que 42% foram avaliadas como ótimas ou boas em levantamento feito no início do ano
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